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ESPECIAL

Revolução Corporativa: Como Equilibrar Produtividade e Bem-Estar

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Tatiana Costa

Créditos: Rodrigo Bacellar

Tati, como surgiu o seu interesse em promover um ambiente de trabalho saudável e feliz ao longo dos 20 anos de sua carreira no setor industrial?

 

Eu sempre tive claro o que eu queria dentro da minha empresa, pelo que já tinha vivenciado nos meus empregos anteriores, dentro do meu seguimento atual passei por uma empresa que faliu, depois por uma empresa que me deu o suporte para que eu montasse a minha. Eu sempre fui uma pessoa curiosa e sempre amei estudar sobre o desenvolvimento humano, até que em 2013 fiz um treinamento de Lider Training e ali me despertou e abriu as portas para que eu nunca mais parasse de fazer estas buscas. Na época foi tão impactante para mim que levei todos os meus funcionários para fazer 2 módulos deste treinamento e ali já ganhamos um novo ambiente de trabalho. Percebi que era um caminho sem volta, que se o meu time estivesse feliz dentro da empresa, tínhamos mais engajamento, mais produtividade, menos absenteísmo e com isto tudo foi prosperando. 

 

A OXIMAG sempre foi conhecida por seu foco em resultados financeiros. Como você conseguiu implementar uma cultura de segurança psicológica e comunicação assertiva na empresa?

Quando montamos a OXIMAG não imaginávamos que chegaríamos aonde chegamos e nunca colocamos um teto de meta, então cada passo que damos é muito analisado para que não precisemos dar um passo para trás.
Sempre tive a convicção de que se o trabalho é bem-feito, se somos justos e éticos, o sol brilha para todos, então o foco nunca foi em resultado financeiro e sim uma consequência da maneira como fazemos.

Falo muito para os meus funcionários e tenho uma escuta muito aberta com cada um deles, me deixando acessível para qualquer tipo de assunto, isto gera a segurança psicológica no nosso ambiente e pelo exemplo vamos firmando cada vez mais uma comunicação assertiva. O que não deixa de termos os desafios, hoje com 60 funcionários e por volta de 15 líderes é essencial que esta liderança esteja alinhada com o meu proposito e minha maneira de lidar com as pessoas e processos para que possamos cascatear de maneira solida e leve.

 

Você menciona que nem sempre fazemos o que amamos, mas que os desafios nos fazem evoluir. Qual foi o maior desafio que você enfrentou na sua trajetória e como ele contribuiu para o seu crescimento?

 

O maior desafio que eu enfrento todos os dias é a questão do engajamento. Hoje por eu ser proprietária da OXIMAG, vou buscar lá fora certificações, informações para que consiga multiplicar aqui dentro da corporação, mas é um caminho que não consigo ir sozinha, então preciso engajar principalmente minha liderança para que possamos cascatear e elucidar todos os colaboradores de que é possível sim, termos um ambiente saudável, humanizado e que não somos uma fábrica de pessoas doentes. Muitas vezes preciso lidar com o desconfortável para podermos ajustar a rota, conversas um pouco mais duras, mas sempre focando na comunicação assertiva para atingir os objetivos que queremos e fortificar cada vez mais um ambiente com segurança psicológica.

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A FELIZMIND nasceu do seu desejo de compartilhar experiências e ajudar líderes e empresas. Como essa iniciativa tem impactado os negócios e as lideranças com as quais você já trabalhou?

 

O impacto é positivo quando se trata de pessoas, quando conseguimos liderar pelo exemplo e começar a trabalhar a consciência que antes de qualquer processo ou cargo existe o ser humano, que tem expectativas, frustações, sonhos, desejos, que podemos ter o poder da escolha em saber dar um bom feedback, em deixar o julgamento da pessoa de lago e focar no fato, com todo este movimento conseguimos trazer a humanização mais a flor da pele, as pessoas ficam mais conscientes em quando tiver que falar algo se aquilo realmente será para ajudar, para curar ou será apenas para desmotivar, criticar.

Em sua opinião, quais são os principais fatores para manter um ambiente corporativo que equilibre bem-estar e produtividade?

 

É imprescindível na minha perspectiva em primeiro lugar ter um ambiente com segurança psicológica, onde o colaborador sabe que pode pedir uma ajuda, uma melhoria e até ajudar a desenvolver seu líder muitas vezes sem sofrer retaliações. Hoje a falta de segurança psicológica é um dos maiores fatores de desligamentos.
Em segundo lugar, mas não mais importante com o primeiro, pois são completamente alinhados é a comunicação assertiva, uma comunicação não violenta e esta comunicação não apenas falada, mas escrita e corporal também.

Estes dois pontos estimulam melhorias que trazem este bem-estar e produtividade, como diminuição de fofocas, de julgamentos interpessoais, uma relação humanizada entre os colabores, senso de ajuda, engajamento, diminuição do absenteísmo e turnover.

 

Como você acredita que a abordagem holística da FELIZMIND pode transformar o mundo dos negócios em um cenário tão competitivo?

 

Acredito que a energia é a primeira comunicação e na minha percepção e na minha maneira de lidar com o meu negócio nunca consegui colocar a espiritualidade em uma prateleira separada. A abordagem muitas vezes não precisa ser holística, mas o autoconhecimento é indispensável para a evolução de cada ser e isto é algo que estimulo muito dentro da corporação, muitas vezes questionando algumas crenças que adquirimos ao longo da nossa vida respeitando sempre no que a pessoa acredita como energia, trabalhar no conceito de “que sempre foi feito assim” 

A FelizMind fala sobre felicidade, fala sobre respeitar o próximo, sobre a escolha de como podemos enxergar o copo, se leve, se pesado, se enfrentamos problemas ou temos desafios, então é sempre sobre a perspectiva que temos a escolha de fazer e a rotina e o automático muitas vezes consome, então, por que não, parar, respirar, sair um pouco da situação e voltar mais leve para resolver.

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Você já mencionou que suas experiências em outras áreas, como esportes, influenciam sua visão. Que lições dos esportes você aplicou no mundo corporativo?

 

A disciplina é o primeiro ponto acompanhado pela resiliência, fui atleta de alta performance no início da minha adolescência e a importância de movimentarmos nosso corpo para alimentarmos nossa mente é essencial. 

Hoje nos negócios existem situações que eu não gostaria de lidar, mas tenho a disciplina de saber que é preciso ser feito e não entrar em discussão com isto e ter a resiliência de não desistir porque nem tudo dá certo com a primeira rota e precisamos ser resilientes em não desistir.

Quais práticas ou estratégias você recomenda para líderes que desejam melhorar o bem-estar de suas equipes no dia a dia?

 

Sem sombra de dúvidas se trata da comunicação, hoje é bem comum encontrarmos pessoas que se comunicam de forma impositiva e agressiva, então o primeiro passo é se escutar antes de falar. Normalmente falamos sem nos escutar, colocar em pratica a comunicação interna.

A gente só externa aquilo que estamos cheios, quando começamos a fazer este exercício da escuta é impressionante como nos policiamos mais para falar.

Como você vê o futuro da gestão de negócios em termos de balancear prosperidade financeira e saúde mental dos colaboradores?

 

No meu ponto de vista quanto mais saúde mental dos colaboradores e entendimento que a prosperidade não apenas a financeira, mas de todos os outros âmbitos está disponível para todos e não apenas para os donos da empresa é ai que equilibra e inevitavelmente a prosperidade financeira se concretiza cada vez mais.

Para aqueles que buscam liderar com propósito, que conselhos você daria sobre a importância de nossas escolhas diárias no ambiente de trabalho e na vida pessoal?

 

Fizeram uma pergunta para mim há algum tempo atras e ela me acompanha sempre, que é: no dia em que você não estiver mais aqui, o que você gostaria de ouvir das pessoas que passaram pela sua vida, que legado você deixa?

Isto reforça a qualidade das escolhas que fazemos a cada dia que abrimos os olhos pela manhã, o quanto queremos e podemos impactar na vida das pessoas, o quanto podemos ser exemplo e ferramenta na evolução e desenvolvimento de cada um, enxergando muitas vezes no outro o que ele mesmo não enxerga e potencializar estas habilidades.

É fácil? É claro que não, pois temos a escolha e o livre arbítrio do outro, mas só de estamos na nossa presença, sabendo que podemos fazer este impacto é uma sensação que alimenta a sempre querer fazer mais e mais.

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