"Quero ser famoso como a rainha da Inglaterra". A frase foi proferida certa vez pelo artista Andy Warhol e se referia a Elizabeth II, personagem capaz de atravessar sete décadas como um ícone pop conhecido no mundo todo.
Com seu estilo original e as roupas em tons pastel, a monarca foi capaz de ditar tendências inclusive na velhice, como suas bolsas de pele em formato retangular, com imitações vendidas como água entre suas súditas.
Nos últimos anos, Elizabeth II teve sua popularidade impulsionada pela cultura pop. Do célebre "A Rainha", filme de 2006 no qual é interpretada por Helen Mirren, até a bem-sucedida série "The Crown", que narra a história da monarca desde a juventude.
Nesta quinta-feira 9, a Inglaterra se veste de preto, em luto pela morte da rainha Elizabeth II, aos 96 anos. Mas em vida, a monarca passava longe desse tom escuro. Suas escolhas eram sempre por roupas de cores vibrantes, não só para se destacar na multidão e permitir que todos a vissem, mesmo a longas distâncias, mas também para transmitir alegria aos súditos.
Mesmo obedecendo todos os códigos de vestimenta real – o chapéu clássico era obrigatório, embora ela gostasse de combinar com a cor de seus looks feitos sob medida – a monarca sabia que todos queriam saber e ver o que ela vestia. “Ela desenvolveu um estilo próprio”, afirmou Elizabeth Holmes, autora do livro “HRH: So Many Thoughts on Royal Style”.
Preto, só o icônico sapato de saltinho, da marca Anello & Davide of Kensington, que usava há mais de 50 anos e a inseparável bolsinha da grife britânica Launer, na qual levava batom, balas de menta, óculos de leitura, espelho, e usava para discretamente avisar seus assessores sobre alguma situação. Segundo Sally Bedell Smith, autora do livro “Elizabeth the Queen: The Woman Behind The Throne”, dependendo do posicionamento da bolsa, por exemplo, ela poderia indicar que não queria esticar uma conversa com alguém, pedindo ajuda para escapar sem ser deselegante.
Sobre as joias, mesmo com peças de valor imensurável, a rainha preferia a discrição e elegância das pérolas, em brincos e colares que usava no dia a dia, além dos onipresentes broches. “Eram apenas três colares de pérolas. Mas a rainha se divertia muito com a moda”, disse a especialista.
Para a escolha de suas roupas, a monarca contava com a ajuda de sua assistente pessoal e conselheira Angela Kelly, que em seu livro “Dressing The Queen”, conta que Elizabeth tinha muita ciência do que combinava com ela e seria adequado para cada situação. “A rainha tem uma compreensão fantástica de roupas e moda”, escreveu. Realmente, ela tinha. E assim como entrou para a história como a rainha mais longeva do Reino Unido, entrará para a história da moda, como um ícone de estilo.
Comments