Maíra Charken acaba de lançar “Matrioska”, pela Emó Editora. A obra, marcada por um humor afiado e reflexões profundas, conduz o leitor pela vida de Julia, uma atriz, cantora e bailarina, que enfrenta os desafios de ser artista enquanto tenta sobreviver em São Paulo.
Julia, nascida na Holanda e criada no Rio de Janeiro, navega pelos dilemas cotidianos de uma artista que sonha em ser reconhecida, enquanto lida com a pressão de escrever um livro e pagar o aluguel. Em uma narrativa envolvente e divertida, Maíra explora a identidade de Julia, comparando-a a uma matrioska, a famosa boneca russa que revela novas versões de si mesma a cada camada.
Segundo Maíra, a ideia de escrever o livro nasceu aos 10 anos, quando leu Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva: “Decidi ali que escreveria um livro contando a minha vida. Claro que, aos 10 anos, a vida era curta, mas a sementinha foi plantada.” O projeto ganhou forma aos 23, quando Maíra vivia diversas crises – no amor, na profissão e consigo mesma – e sentiu que esse período conturbado seria “um prato cheio para virar livro!”.
Após anos de amadurecimento, o livro, que estava engavetado, voltou à vida de Maíra: “Por muito tempo fui essa ‘engavetadora passiva-compulsiva’, criando e guardando, achando que não era bom o suficiente. Mas foi preciso esse tempo de cura e maturidade para ter coragem de olhar para ele de novo e realizar esse grande sonho.”
Maíra ainda comenta sobre o processo de reler o passado e transformá-lo em arte: “O mais louco foi perceber que o passado me pareceu tão próximo, tão vivo, que acabou trazendo mais cura e autoconhecimento. Eu temia querer reescrever tudo, mas, para minha surpresa, fez muito sentido deixar tudo como estava.”
Para a atriz, “Matrioska” é uma obra sem grandes pretensões, mas cheia de significado pessoal: “A ideia é compartilhar minhas descobertas e perrengues através dessa protagonista divertida e real. Se alguém ler, se identificar e der boas risadas, já estarei realizada.”
Maíra também expressa a alegria de finalmente lançar o livro e de encontrar uma equipe que a apoia: “Nunca é tarde! Estou super empolgada com esse processo e já escrevendo o próximo. Feliz por não ter desistido.”
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