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Marcos Cavallaria mistura física quântica e fotografia


Conhecido por criar projetos audiovisuais pioneiros que envolvem a fotografia e a física quântica, o brasileiro Marcos Mello Cavallaria, radicado em NY e Paris, tem formação em atuação e cinema no renomado Studio Fátima Toledo, o multiartista chegou a atuar em séries e filmes, à frente e atrás das câmeras. E neste ambiente encontrou uma maneira de unir tudo que mais amava: a arte de desenhar, luz, as musas, atuação, fotografia e o storytelling. Aos 25 anos, abriu seu atelier Cavallaria, foi o precursor da arte de produzir fashion films no Brasil, na mesma época em que Nick Knight em Londres e Steven Meisel nos USA, e criou vídeos icônicos e inovadores para diversas marcas.


Durante essa época, a RED Digital Cinema, empresa americana que revolucionou o mercado de cinema fabricando as primeiras câmeras fotográficas e cinematográficas digital 4K, descobriu seu trabalho, que era realizado utilizando somente os recursos das câmeras RED, e foi nomeado pelo CEO da empresa, Jarred Land, o único brasileiro e um dos poucos embaixadores da marca no mundo, ao lado de nomes como Brad Pitt, Inez & Vinoodh e Michael Bay, premiado diretor e produtor de cinema americano.


Na carreira, já produziu mais de 500 filmes e campanhas, sendo muito deles para a área de moda e beleza, para marcas como: Giorgio Armani, Givenchy, Boucheron, Biotherm, Le Lis Blanc, John John, Avon, C&A, Natura, Ellus, entre outras. Já dirigiu e fotografou nomes como: Gisele Bündchen, Matthew McConaughey, Zac Afron, Kendal Jenner, Isabeli Fontana, Alessandra Ambrósio, Anitta entre outros; criou clipes de grandes nomes da música como: Iza, Claudia Leitte, Di Ferrero, Vintage Culture e, o mais recente, Jaafar Jackson, sobrinho do Michael Jackson, que escolheu Marcos para dirigir seu primeiro clipe da carreira ''Got me singing''.


Marcos Cavallaria sempre busca uma nova maneira de expressar sua paixão pela arte, com obras que misturam física quântica e fotografia. Em 2020, o artista brasileiro levou para um dos maiores festivais de arte do mundo - o Burning Man, nos Estados Unidos - seu projeto Cavallaria Exhibition, uma Live Performance inspirada no pensamento da ''Teoria das Cordas''. Com as séries TimeFrame e Stardust, que, consiste em tornar visível o invisível, a relação entre realidade e dimensão se tornam reais sob efeito óptico captado pelas lentes de Marcos, que foram desenvolvidas a partir de estudos e tecnologia fornecida pela RED DIGITAL e seus cientistas, que são os mesmos da Nasa, e são exibidas ao vivo para público.


O resultado são imagens incríveis projetadas ao vivo de uma maneira na qual é possível enxergar nos dois conceitos (Stardust e TimeFrame) a visualização do tempo e os fragmentos de luz até então invisíveis a olho nu, que mais se parecem com diamantes flutuantes sob o ar. São os mesmos espectros que os cientistas utilizam para os estudos sobre o universo. Todo esse show de imagens foi exibido ao vivo no Burning Man, no principal espaço do festival, a Playa, na parte frontal da pirâmide que mede 30 metros, no Alquimistic camp e no carro mais famoso ''Robo Heart''. A exibição de arte visual de luz contou com a participação do público e de performances e ao som de ninguém menos que Guy Laliberté, fundador do Cirque du Soleil e um apaixonado pela arte e festival.



Como você começou no mundo da fotografia, da direção e da moda?

Então, eu comecei desenhando quadrinhos e copiando quadro de artistas. Minha mãe reparou que eu sempre copiava quadros com corpos femininos , tentando entender a anatomia. Ela começou a trazer mais modelos para que eu entendesse a luz, as proporções. E foi meu primeiro contato com a energia feminina. Ali eu comecei a entender que eu não desenhava só a forma, mas sim a existência dentro daquela forma. Comecei a entender o que era arte.

Desenhando quadrinhos, eu tinha 14 anos, adorava X Men. Fui pra Comic Con em San Diego, comecei a trabalhar com o DinDi, fazer freela. Eles que eram referências, vendo meus desenhos e me dando espaço. Ficava muito em casa desenhando, interagindo com a arte e tendo momentos de reflexão, porque eu também desenvolvi vitiligo então eu não gostava muito de interagir com o mundo. Foi um processo introspectivo importante, porque eu me curei me desenhando. Eu queria voltar a ter a pele normal, e eu comecei a me desenhar e apagar, como se fosse uma forma de catarse, e a pele começou a reagir. Aí comecei a a sair e comecei a ter contato com outras artes.

Eu era muito fã da Fátima Toledo. Descobri a máquina, comecei a filmar, entender a questão do enquadramento. Eu já tinha 24 anos. Fui experimentando outras áreas. A fotografia e a direção, pra mim, sempre foram áreas muito misturadas. Fiz trabalhos lindos com a Fátima e nesse meio tempo, veio o projeto da Red Digital. Quando a câmera ficou pronta e eu fui experimentar, assim como outros na moda estavam começando a usar, buscando essa linguagem de filme na moda. Fui um dos primeiros. A Vogue se interessou e começou a me chamar, o que foi ótimo porque eu tinha uma produção. Quando eu apontei pela primeira vez a câmera para uma modelo, foi um "blow my mind", é quase como uma pintura, quase como pintar com a luz. Assim eu comecei a fotografar e dirigir.


Qual a diferença dessa foto para uma foto tradicional?


Usamos a mesma realidade. A questão é que quando pegamos uma câmera de cinema, temos a lente, um sensor com a latitude como os nossos olhos. Ele capta toda a profundidade e textura que o filme traz.


Como o fotógrafo vê a questão das pessoas usarem o celular hoje em dia para fotos?


Eu já ouvi muitas opiniões de mestres da fotografia que falam que isso não é fotografia. O meu pensamento é que, fazendo uma analogia à tecnologia dos computadores, é que quanto mais processadores estiverem processando pensamentos, melhor vai ser. Todo mundo tem a arte dentro de si. Cabe a você focar e se desenvolver. Hoje é tudo muito mais fácil, você tem um telefone que filma a 4k, 8k, é uma ferramenta para você começar. É maravilhoso. Cabe a você saber se expressar.


Como você está enxergando a profissão da fotografia?


Popularizar o acesso ao telefone e a técnicas que somente mestres da fotografia conheciam, dá essa oportunidade de você conhecer e se expressar. Todo mundo pode fazer. Eu não acho negativo. O mercado, com as redes sociais, explodiu, então ele nunca daria conta se fosse tudo de difícil acesso. É necessário que todo mundo se comunique. Agora, transformar esse processo em uma arte que vence o tempo e é atemporal, é outra história. Aí não importa se é telefone ou câmera, mas o conceito vai estar ali.


Como é visto o fotógrafo brasileiro?


O que eu posso dizer é que o fotógrafo brasileiro é muito mais dinâmico, muito mais criativo. Talvez por essa questão de, o Brasileiro faz futebol com bola de meia, isso é algo nosso e me salvou de vários problemas durante as filmagens. Antes tínhamos mais barreiras. Mas todos sabem que o Brasil tem uma cultura na arte muito linda, nisso ele é muito bem visto, criativamente. Mas a ativação internacional é um processo que depende de algumas demandas.


Dá para trabalhar só aqui no Brasil?


Com certeza. O Brasil está em um momento muito bonito. Eu vi essa evolução do mercado, estamos fervendo. A nova geração, de arte, artistas, stylists, maquiadores. Trabalhar fora é bom, mas aqui é ótimo também. Temos de tudo aqui, uma diversidade muito boa.


Tem algum nicho que está mais famoso hoje em dia?


O nicho de alimento é bem difícil. É uma arte. Acho que vai do seu talento natural. O meu sempre foi essa questão com o ser humano, a energia feminina. Apesar de eu fazer outras coisas, por ter conhecimento de estética, a minha arte é essa. Mas acho que o que hoje está explodindo é a necessidade de conteúdo digital, pros influenciadores. No youtube tem canais para todas as áreas.


Você lembra qual foi sua primeira máquina de fotografia?


Era uma câmera de filme do meu pai, daquelas clássicas. Infelizmente a perdi. E depois foi a CyberShot, ficava pra cima e pra baixo com ela.


Quem foram os fotógrafos que você passou a acompanhar durante a sua carreira?


Helmut Newton, Sebastião Salgado, Nick Knight, Steven Klein, Menzel, Avedon. Alguns caras que geraram tudo que hoje a gente absorveu. Toda essa galera é muito do hemisfério norte do planeta e a luz tem uma direção muito linda, mais lateral. A gente que tá mais perto da Linha do Equador, a linha é diferente, e muita gente não gosta. Hoje eu acho legal registrar a luz do lugar.



O que é uma foto incrível, no mundo da moda?


Pra mim, é uma foto que me traga algo que esteja invisível. Sentir algo invisível. Não é só a questão técnica, porque algumas vezes você até precisa errar pra enxergar o que você precisa enxergar/expressar. Você também consegue contar a história do mundo, com a moda, como o ser humano se vê em tal momento. Então é aquela foto, aquela composição que consegue expressar aquele momento do tempo.


Qual foi a pessoa que você mais gostou de fotografar?


Olha, a Gisele Bundchen é a pessoa que eu mais aprendi trabalhando. Ela sabe sobre tudo, luz, enquadramento, lente. Ela entende de direção. É uma troca. Eu aprendo muito com eles.


Do que se trata essa relação da fotografia com física quântica?


A Red começou a me patrocinar já há algum tempo. Eu fazia testes das câmeras e os testes que eu fazia serviam para divulgar a própria câmera. E eu pedi por muito tempo uma câmera que me entregasse o full spectrum, porque eu queria filmar como ele fazia os sensores pra nasa, como eles fotografavam o universo, como uma luz viaja bilhões de anos, astros com forças gravitacionais que distorcem a luz, como enxergamos tudo isso. Depois acabei ganhando uma câmera dessa e nessa ideia de filmar com os espectros invisíveis, comecei a perceber outras coisas e desenvolver outras ideias. Tudo vem da física quântica, tudo vem da Teoria de Tudo, da Teoria das Cordas. E através desse pensamento, eu comecei a traduzir em arte. Comecei a fazer um trabalho sobre a Teoria das Cordas, que é só filme em linhas, e essas linhas se formam através dos volumes. Um trabalho sobre a Teoria do Tempo, que estamos aqui mas não vemos o passado, mas o filme fotografa em 24 frames por segundo, então você consegue criar um certo looping. Do espaço-tempo de um frame para o outro, você consegue ver o tempo indo. Então é esse tipo de tradução visual, até chegar no Stardust, que é com essa câmera especial, em que eu mostro o mundo em realidades paralelas, em luzes invisíveis. Quando eu comecei a mostrar as imagens, as pessoas falavam que era pós-produção. Aí eu comecei a fazer instalações pelo mundo para que essas pessoas pudessem vivenciar essas realidades.


Como é essa câmera?


É uma câmera que tem um sensor que capta espectros invisíveis a olho nu. Ela só filma nesses espectros, e são bem baixos


O que mais podemos esperar?


Quero muito chegar a um ponto de experimentar cada vez mais e fazer com que as pessoas possam levar algo para poder refletir. Porque vivemos nesta realidade tridimensional, mas o ser humano se padroniza por essa questão limitante. Temos muito que expandir ainda. Ainda vamos acessar outra dimensões. Meu objetivo em uma frase é trazer o invisível para o visível.

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