Precursora, atriz tem papel principal em "Segredos", filme em inglês que está nos cinemas de todo o Brasil.
Foto: Nanda Araujo
Dona de uma carreira carregada de simbolismo quando o assunto é representatividade amarela, Danni Suzuki marca nesta semana mais um momento emblemático de sua trajetória com a estreia de "Segredos", que chegou nesta quinta-feira (24) nas telonas. Primeira atriz de ascendência asiática a protagonizar um longa no nosso país, ela reafirma seu posto também como ícone de representatividade, assumindo o papel central em uma história envolvente, permeada por suspense e drama psicológico.
Sob o comando de Emiliano Ruschel, que completa o casal central da trama, e filmado inteiramente em inglês, o longa já ganhou destaque além das fronteiras, colecionando prêmios como "Melhor Filme de Drama" no Monthly Film Festival, na Sérvia, e no Marbella International Film Festival, na Espanha, antes mesmo de chegar em seu país de origem.
É certamente um marco poderoso e transformador. É mais do que um título, é uma declaração de que vozes diversas e histórias únicas merecem ser ouvidas e contadas. Uma conquista que representa uma luta por reconhecimento e inclusão em uma indústria que, muitas vezes, não reflete a riqueza cultural do próprio país. Para a comunidade asiático-brasileira, é um momento de orgulho e esperança, uma luz que brilha em um espaço onde a representatividade sempre foi escassa. Estar ali hoje e poder me tornar um símbolo de possibilidade, inspirando outras pessoas a acreditarem que também podem conquistar seus sonhos, independentemente de sua ascendência é muito forte pra mim. Pois obviamente não estou apenas abrindo portas para mim mesma, mas para todas as futuras gerações. Minha presença nas telonas desafia estereótipos e enriquece a narrativa brasileira, mostrando que a diversidade é uma força que nos une e nos fortalece. É um convite para que todos nós celebremos a pluralidade das nossas histórias e nos engajemos na construção de um futuro onde cada voz tenha seu lugar.", comenta a artista.
A escolha pelo idioma estrangeiro não se limita a uma estratégia de mercado que visa ampliar o alcance internacional do cinema brasileiro, trazendo maior visibilidade global e potencial distribuição em mercados estrangeiros; também atua como um recurso que enriquece a construção dos personagens, refletindo suas vivências multiculturais. As locações brasileiras, como Passo Fundo (RS) e Joinville (SC), estabelecem uma conexão entre o contexto local e uma história que passa fronteiras culturais e geográficas.
Suzuki interpreta Naomi, uma mulher envolvida em um relacionamento abusivo com Noah, diplomata suíço vivido por Ruschel. À medida que os segredos dessa relação vêm à tona, a narrativa constrói um retrato das dinâmicas de controle e poder, ambientado em um universo de luxo que esconde a fragilidade emocional dos personagens.
Multifacetada e dona de um currículo de peso, que envolve desde sua formação em direção e atuação na NY Film Academy até o bacharelado em Desenho Industrial (PUC-RJ) e pós-graduação em neurociência (PUC—RS), Danni se mantém fiel à sua vocação inata de desafiar limites, a atriz chega com uma atuação cheia de nuances, explorando com delicadeza e intensidade as emoções complexas de sua personagem.
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