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Artistas pretas falam de representatividade no dia da consciência negra!

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é celebrado, hoje, dia 20/11. A data é dedicada à reflexão sobre o valor e a contribuição da comunidade negra para o Brasil. Tal celebração foi proposta na década de 1970 pelo Grupo Palmares, em referência ao dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista – com o propósito de ressaltar o protagonismo das pessoas negras.


Bia Santana 

A atriz e modelo Bia Santana tem sido destaque positivo nos corredores da Globo, da crítica e de muitas jovens quando o assunto é talento e representatividade. Ela que interpreta a jovem "Tati" na novela "Volta por Cima" mostra ao lado de grandes atores o dia a dia de uma típica família brasileira! Bia abre o coração sobre a importância desta data e do protagonismo nas telinhas: "Me sinto muito honrada por fazer parte desse momento da televisão brasileira onde temos três protagonistas pretas nas novelas, isso é muito poderoso, muito forte, mas espero que não seja apenas uma onda e que isso se perpetue. E, que a comunidade negra consiga ver isso se tornar parte do comum, que possamos passar a coroa para outras pretas (os) e que se torne uma revolução constante como já está sendo! Meu desejo pra hoje é esse, que não seja passageiro ver pessoas pretas ocupando lugares de protagonismo!"

Representadas pela agência boutique Mix Models Agency, as modelos Juliana Nalú, Rojane Fradique, Ana Patrocínio e Júlia Menezes, também abrem o coração e falam sobre as dificuldades em suas carreiras num mercado ainda tão racista e seletivo. 

Juliana Nalú

Para a modelo Juliana Nalú, cria da comunidade do complexo Chapadão no Rio de Janeiro, a conquista de novos espaços é uma luta diária! Ela criou com sua família um projeto chamada Favela Seeds para amparar e dar espaço para outras pessoas negras oriundas da periferia.

"Quero ampliar cada vez mais os espaços pra pessoas da comunidade preta! Quero ser exemplo que a resistência e persistência vencem, e que nosso projeto possa abraçar e dar oportunidade para muitos jovens". 

Rojane Fradique 

Desbravar territórios é algo que Rojane Fradique conhece bem. A baiana tornou-se modelo aos 16 anos após vencer um concurso, quando negras nas passarelas e editoriais de moda ainda eram uma raridade. E ainda por cima, careca. Dona de uma beleza incomum, ela foi a primeira top sem cabelo no Brasil. "Consciência Negra não é apenas uma data, é um abraço na nossa ancestralidade, um mergulho profundo nas memórias de quem veio antes, nas histórias de luta, resistência e sonhos que atravessaram o tempo para que pudéssemos estar aqui. É um chamado para honrar as raízes que nos sustentam e para não deixar que as dores do passado sejam esquecidas, mas transformadas em força e coragem. Não é só hoje, é todos os dias. Todos os dias são dias de refletir sobre quem somos, sobre o peso e a beleza de carregar nossos sonhos, sobre as barreiras que insistem em se erguer e as oportunidades que ainda precisamos conquistar. É uma lembrança viva de que, onde falta justiça, nossa luta preenche o vazio. Onde há ausência, somos presença. Porque, mesmo quando nos negam o espaço, ele também é nosso. Não só porque insistimos, resistimos e persistimos, mas porque nossa existência o reivindica. O espaço também é nosso, e nossa voz continuará ecoando até que ele seja compartilhado com equidade, até que cada canto do mundo reconheça a força e a profundidade de quem somos", afirma Rojane. 

Julia Menezes 

Já para a modelo Juliana Menezes que também intercala a vida materna com as passarelas, "É notório que ultimamente as indústrias midiáticas tenham dado mais espaços para artistas negros mostrarem seu trabalho. Entretanto, essa movimentação foi dada após perceberam que a população negra é a que mais consome esses veículos, ou seja, é rentável trazer protagonismo negro. Dito isso, percebo que ainda sim, enfrentamos dificuldades para consolidação de carreira, além do que, para obter uma oportunidade precisamos estar 10 passos à frente e o que mais me incomoda até hoje é que ainda sim, precisamos da aprovação de brancos sobre o que é certo, bonito e interessante vindo do nosso povo! Por que eles ainda estão ocupando a maior parte nos lugares de poder. Portanto, umas das soluções para mim, seria primeiro; fomentar ainda mais a qualificação e capacitação para a população negra ocupar esses espaços de liderança na indústria de entretenimento. Segundo a partir da qualificação é dar oportunidades igualitárias, não apenas selecionar 3 ou menos vagas destinadas à negros. Para que todos estejam ocupando mais lugares, e a classe artística se sinta representada, acolhida e escolhida para protagonizar grandes trabalhos". 

Ana Patrocínio

A modelo paulista Ana Patrocínio conta que sempre recebeu convites para ingressar no mercado, mas demorou a se enxergar nesse lugar, se aceitar e iniciar a carreira! Ela atualmente mora no rio e intercala os estudos com os trabalhos na moda - "um dos motivos para eu permanecer na moda foi ter encontrado minha força quanto mulher preta! No começo da minha carreira eu fiz um corte conhecido como big chop - que é muito usado por quem tem cabelos crespos e também durante a fase de transição capilar, para uma campanha e ali eu tive que me entregar, me reconhecer, aceitar muitas questões pessoais, mas tive o retorno de colegas mostrando muitas garotas com prints que começaram a postar se sentindo representadas por me verem ali, aquilo me orgulhou e me fez ter ainda mais força para não desistir"! 

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