top of page
Ju-Knust--YOURMAGAZINE.jpg

ESPECIAL

Fala Sobre Personagens que Marcaram Sua Carreira e Seus Projetos para o Futuro

image000038.jpg

Ju Knust

Photographer is Allie Hine, Hair and makeup is Chelsea J. Augustine, and stylist is Emily Martinez 

Você começou sua carreira profissional na TV aos 15 anos, em "Malhação", após frequentar a Oficina de Atores da Globo em 1996. Como esse início precoce moldou sua abordagem à atuação e seu caminho profissional?

 

Passei praticamente toda a minha adolescência dentro da TV Globo, gravando e vivendo diferentes personagens. Posso dizer que estar ali, atuando ao lado de pessoas tão experientes, me fez amadurecer demais. Eu aprendi tanto sobre a arte de atuar... aprendi sobre resiliência, paciência, cumplicidade, generosidade e troca. Aprendi a me preencher de diferentes emoções. Foi ali que eu realmente decidi o que eu queria para minha vida. Encontrei o meu caminho.

 

Com mais de 20 novelas e séries, 3 filmes e 10 peças teatrais no currículo, como você escolhe seus papéis e o que motiva suas escolhas entre TV, cinema e teatro?

 

Eu amo muito o meu ofício. Difícil me ver negando algum trabalho. Procuro bons projetos e personagens onde quer que eles estejam. Os novos desafios me impulsionam, sabe? Cada personagem novo que chega vem para me sacudir, me fazer pensar e repensar valores, evoluir, desfazer crenças e atravessar as pessoas com novos pensamentos. A vida é muito ampla e, como atriz, consigo olhar um pouco mais longe. Dar um zoom nas minhas verdades e convicções é um processo muito lindo. Pode ser TV, cinema ou teatro. Tanto faz. Me realizo em cada um deles.

 

Seu papel de destaque foi como Sandra na novela "Celebridade" de Gilberto Braga em 2003. Como esse papel impactou sua carreira e quais lições você aprendeu com essa experiência?

 

Foi a minha primeira novela no horário nobre. Ali eu tive real noção da quantidade de pessoas que conseguimos atingir com a nossa arte. E, ao mesmo tempo em que estava gravando a novela, vivia um processo de amadurecimento na vida pessoal. Eu tinha 22 anos e resolvi me mudar para Barra. Morar sozinha foi um passo importante na minha vida. Conquistei a tão esperada liberdade. E isso tem muito a ver com autoconhecimento.
Quanto mais consciência você tem, mais entende o seu lugar no mundo. E, consequentemente, mais livre você é para viver e fazer suas escolhas.

image00003.jpg

Você trabalhou em várias novelas de horário nobre como "América", "Duas Caras" e "Fina Estampa". O que você considera mais desafiador e gratificante ao atuar em produções tão renomadas?

 

Percebo cada novo trabalho como um grande momento, porque nessa profissão você vive ciclos. Você se esvazia completamente para se preencher de um novo personagem.
O que me move como atriz é realmente o amor e o prazer de realizar um trabalho e todo o processo envolvido na criação de um novo personagem. É preciso muito estudo, muita observação. E a hora do "ação" ou do "terceiro sinal", quando você já estudou, criou, arriscou, errou, acertou… é a hora de relaxar, se jogar e se divertir! Esse momento para mim é muito mágico.


Quando as palavras escritas num papel ganham vida e, a partir daí, você consegue chegar ao coração de cada pessoa que está te assistindo. Quando você percebe o público envolvido com as questões do seu personagem… nossa! Isso é o auge do reconhecimento do seu trabalho. Esse é o papel da arte! Levar reflexões às pessoas.

 

Em 2013, você interpretou um papel importante na novela premiada com o Emmy "Lado a Lado". Como esse projeto influenciou sua carreira e crescimento pessoal como atriz?

 

Fiz apenas uma participação nessa novela, mas para mim foi de grande importância porque estava diretamente ligada aos personagens de Lázaro Ramos e Camila Pitanga, atores que admiro e respeito muito.

 

Depois de 20 anos na TV Globo, você migrou para a Record TV em 2016. O que motivou essa mudança e como ela impactou sua trajetória profissional?

 

Posso dizer que me sinto muito orgulhosa da minha trajetória na TV Globo. Foram 20 anos muito felizes e desafiadores. Amadureci muito como pessoa e como profissional ao longo desses anos. Essa maturidade naturalmente me trouxe mais ferramentas para trabalhar melhor e entender os personagens com mais profundidade.

Ao chegar na Record, fui abraçada por eles. Me senti acolhida desde o primeiro dia de trabalho lá. Tive a oportunidade de interpretar personagens bem distintos, inclusive minha primeira protagonista na Record. Atualmente, estou interpretando uma personagem completamente narcisista, desequilibrada, de caráter duvidoso.

Estou me deleitando porque com uma vilã tudo é possível. Ela pode estar louca, com raiva, ter momentos de lucidez, ser verdadeira, ou mentir com a cara mais lavada do mundo. Essa montanha-russa de emoções é maravilhosa para uma atriz. Tudo é possível; a vilã não se encaixa em nenhum estereótipo óbvio ou na figura da boa moça.

image000083.jpg

Além da TV, você teve uma carreira próspera no teatro. Como você equilibra seus compromissos na televisão com sua paixão pela atuação no palco?

 

Não consigo ficar parada por muito tempo. Quando percebo que algum trabalho está prestes a finalizar, já começo a mexer os pauzinhos para conseguir bons textos para o teatro. Mas confesso que fui muito abençoada. As coisas sempre aconteceram no momento certo.

Acredito que todo ator precisa fazer teatro, televisão e merece fazer cinema. O teatro traz um aprendizado único. A televisão, além de incrível, proporciona projeção e segurança financeira, enquanto o cinema possui uma magia especial! É difícil dizer qual desses eu gosto mais. Encaro cada projeto pensando no que ele pode me trazer de enriquecimento artístico.

Almejo bons personagens e estou sempre em busca de aprender. Gosto do inesperado, do inusitado! A vida é uma caixinha de surpresas e às vezes nos proporciona experiências deliciosas.

 

Você participou de diversas produções teatrais como "Vergonha dos Pés" e "Pequeno Dicionário Amoroso". Como a atuação no palco se compara à atuação diante das câmeras e qual você prefere?

 

No teatro, utilizamos mais nossa expressão corporal. Somos mais expansivos, geralmente projetando mais nossa voz. Além disso, temos o público, que se torna mais um personagem. A troca imediata com eles é fascinante; a respiração, o riso, o silêncio, o choro – o público é nosso "termômetro" de como estamos nos saindo em cena e do que precisamos fazer para seguir até o fim.

Na TV, tudo se torna mais contido. O olhar é extremamente importante, pois é através dele que nos expressamos. Podemos transmitir muitos sentimentos como dor, raiva, amor, alegria, cumplicidade, inveja, apenas com o olhar.

Sou uma "cria" da TV, mas nunca deixei de fazer teatro entre uma produção e outra. São processos diferentes, e sou apaixonada por ambos.

 

Seu filme "Achados e Perdidos" lhe rendeu uma indicação ao Prêmio ACIE de Melhor Atriz em 2006. Como foi a experiência de trabalhar nesse filme e o que você mais gosta ao atuar no cinema?

 

Eu fiz esse filme num momento muito positivo da minha vida. Estava terminando de gravar a novela "Celebridade" quando fui convidada pelo Joffily. Foi uma experiência bastante enriquecedora fazer meu primeiro longa-metragem em película ao lado de profissionais tão respeitados. O processo de filmagem em película é bem diferente das gravações em TV. São muitos ensaios até estarmos todos alinhados para o "ação". A magia também é diferente. Foi uma experiência linda e inesquecível. Sou muito grata ao Joffily, Fagundes e Zezé por terem me acolhido de forma tão especial.

image000043.jpg

Olhando para o futuro, você tem vários projetos em andamento, incluindo filmes e uma nova série de TV. Você poderia nos contar mais sobre esses projetos e o que mais te empolga neles?

 

Realmente, estou em um ano especial da minha vida, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e vários trabalhos sendo lançados. Atualmente estou na novela "Reis", tendo participado da 11ª temporada e com estreia da 12ª prevista para agosto. Interpreto uma personagem que me permite sair do óbvio. Com uma vilã, tudo é possível: ela pode estar louca, com raiva, ter momentos de lucidez, ser verdadeira ou mentir com a maior naturalidade do mundo.

Essa montanha-russa de emoções é maravilhosa para uma atriz. Tudo é possível, e a vilã não se encaixa em nenhum estereótipo, escapando da tradicional boa moça.

Em julho, estreio um filme no cinema para o público infantil, algo que me deixa muito feliz, pois fazia tempo que não trabalhava para esse público, e eu adoro. Dia 11/07 nos cinemas: "Luccas e Gi em Dinossauros". Em agosto, lançarei um belo filme para o público infanto-juvenil inspirado na obra de Paula Pimenta: "Princesa Adormecida".

Além disso, tenho a série "Estranho Amor" sobre violência doméstica, na qual interpreto uma delegada de uma delegacia da mulher. São 5 episódios, cada um tratando de um tipo de violência, um tema muito importante que precisa ser discutido. A data de estreia ainda não está confirmada, mas será entre julho e agosto na AXN.

No futuro, tenho um filme sobre a vida da personagem da série "Estranho Amor" e também um filme sobre a história de Zeca Pagodinho, no qual interpretarei Mônica, sua esposa.

Ambos estão previstos para serem filmados no final do ano.

bottom of page