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ESPECIAL

Som da Diversidade:

O Seu Impacto na Cena Eletrônica Global

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Anne Louise

Fotógrafo @diego_nnunes Beauty @brupezzino Stylist @monicakaufmann

Você iniciou sua trajetória no Direito antes de se tornar DJ. Como foi o momento decisivo que a fez trocar a advocacia pela música eletrônica?

 

Sempre estudei música. Aos sete anos, comecei aulas de piano clássico, mas nunca achei que isso pudesse ser algo rentável a ponto de me sustentar. Tornei-me DJ já na vida adulta, mas, quando tive uma banda que ganhou notoriedade na Bahia e tive a oportunidade de trabalhar com Carlinhos Brown e Claudia Leitte, senti que a música me absorveu de uma forma irreversível. Percebi que ela tomaria uma proporção tão grande que se tornaria meu plano A para o resto da vida.

 

Você estudou piano clássico por sete anos antes de ingressar no Tribal House. De que forma essa formação influenciou sua abordagem como DJ e produtora?

 

Quando a música entra em sua vida desde tão cedo, como aconteceu comigo, a fluidez com que se entende melodias, harmonias e composições se torna algo orgânico. Ao mesmo tempo em que aprendia a escrever, também aprendia a ler partituras. Essa base influenciou profundamente meu trabalho como DJ e produtora, tornando minha criação mais intuitiva e sensível.

Sua carreira já passou por mais de 30 países e grandes festivais. Qual foi o momento mais marcante dessa trajetória global?

 

Foram muitas grandes apresentações até conseguir alcançar o posto de DJ internacional. No entanto, ser headliner (artista principal) de festivais como a Pride de Madrid, Nova York e Toronto, além da White Party em Bangkok, para 10 mil pessoas, foram momentos em que percebi que estava em um patamar único e mágico.

 

Seu trabalho está fortemente ligado à comunidade LGBTQIA+. Como você enxerga o papel da música eletrônica na promoção da diversidade e inclusão?

 

Acredito que, hoje, os DJs deixaram de ser apenas pano de fundo para se tornarem protagonistas nos eventos. Com isso, cresceu nosso compromisso e responsabilidade com a comunidade. Por isso, criei um mantra que tem se repetido em minhas ações recentes: “Não é sobre mim, é sobre todos nós.”

Com essa filosofia, criei um rádio show para promover produtores que, muitas vezes, não têm visibilidade no grande público. Também lancei o “Prisma”, um podcast no YouTube que discute, com profissionais, questões fundamentais que levam a reflexões profundas sobre nossa comunidade.

 

Seu evento busca transformar o Tribal House com mais diversidade e acessibilidade. Como surgiu a ideia da Pipoca e qual tem sido a recepção do público?

Desde o primeiro evento da nossa produtora, nossa missão sempre foi pautada na diversidade e na cultura. Como baiana e lésbica, sempre me senti pouco representada no universo do Tribal House, onde predominam os homens.

Nosso primeiro evento, Maison Missionary, teve a temática de Salvador, trazendo a alegria, a gastronomia e as cores da Bahia para São Paulo. Ao desenvolvermos a Pipoca, quisemos valorizar o carnaval brasileiro, destacando elementos icônicos das festas em diferentes estados. Há um pouco do Rio de Janeiro, de Recife, de São Paulo e, claro, da Bahia.

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Com o World Pride Washington D.C. e outros projetos em andamento, quais são seus próximos passos na música e no empreendedorismo?

 

Este ano, tenho grandes apresentações já agendadas, incluindo países novos, como Taiwan e Indonésia, o que me anima muito. Quero me dedicar ainda mais à música, compondo e lançando novas canções ao longo do ano. Nessas músicas, quero abrir meu íntimo, compartilhar minhas vivências e preocupações. Acredito que, como pessoa LGBTQIA+, minhas dores podem ser compreendidas por outros e talvez sirvam de alento em tempos tão difíceis.

Além disso, quero continuar todos os projetos que iniciei em prol da comunidade. Sei que cheguei a um ponto de grande destaque e, agora, meu objetivo é deixar um legado. Quero sentir que fiz a diferença na vida das pessoas que me acompanham.

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