CAPA ESPECIAL
O segredo da conexão duradoura: Uma década de influência nas redes sociais
Agatha Braga
Fotos: Brenda Rabello
Sua trajetória como influenciadora digital é marcada por uma variedade de temas, desde moda até saúde e viagens. Como você equilibra essas diferentes áreas em seu conteúdo e o que te inspira a abordar cada uma delas?
Desde o começo, isso fluiu de forma natural. Nunca pensei nesses assuntos de forma isolada ou estratégica. Comecei compartilhando meus gostos, hobbies, dia a dia, descobertas e assim fui percebendo o que as pessoas mais gostavam de consumir e os assuntos que me deixam segura para falar.
Com mais de 10 anos criando conteúdo nas redes sociais, você construiu uma audiência fiel e engajada. Qual você considera ser o segredo para manter essa conexão duradoura com seus seguidores ao longo do tempo?
Nunca perder a essência. Claro que nesses 10 anos eu mudei muito, meu tipo e formato de conteúdo mudaram, mas minha essência é a mesma. Minha credibilidade e a conexão com eles são o que tenho de mais valioso e não vendo ou negocio isso por valor nenhum. É por isso que eles continuam confiando em mim. Além disso, é importante se manter atualizada, acompanhar as mudanças é a parte mais difícil, mas também necessária para não ficar para trás.
Sendo formada em Direito, como você enxerga a relação entre sua formação acadêmica e sua carreira como influenciadora digital? Há algum aspecto do direito que você aplica em seu trabalho atual?
O curso de direito é muito completo. Estudamos assuntos de diversas áreas que servirão para a vida como um todo. Saber sobre direitos e deveres, conhecer as leis, saber lidar com contratos e contratações são pontos que me ajudam muito na parte burocrática do meu trabalho, além de muitos outros aspectos que o curso desperta em nós, como inteligência emocional, comunicação, etc.
Você mencionou que sua carreira como influencer "simplesmente aconteceu". Como foi essa transição de compartilhar fotos no Orkut para se tornar uma figura influente nas redes sociais, especialmente no nicho de moda?
Naquela época era só uma brincadeira, ninguém tinha dimensão do que as redes sociais se tornariam, muito menos que isso viraria uma profissão. Foi tudo muito natural. Comecei postando todos os dias os looks que eu usava para ir para a faculdade e as pessoas gostavam, se identificavam, começavam a seguir para acompanhar os próximos looks e a comunidade foi crescendo. As marcas enxergavam isso e começaram a me procurar porque queriam que eu usasse as roupas delas e assim tudo foi acontecendo.
Desde que se mudou para São Paulo e iniciou sua carreira nas redes sociais, sua vida passou por grandes transformações. Quais foram os principais desafios que você enfrentou nesse processo de transição e como os superou?
Me mudei muito nova para São Paulo, muitas responsabilidades, obrigações e aquela cobrança interna de conseguir ter sucesso, independência e segurança vivendo em um mundo “novo” e trabalhando com uma profissão que até então era tida como uma brincadeira e que era totalmente “incerta”. Ter coragem de me jogar de cabeça nisso mesmo sabendo que poderia não dar em nada foi, sem dúvida, a decisão mais difícil.
Muitas pessoas se inspiram em você para criar hábitos saudáveis e buscar seus sonhos. Como você percebe seu papel como influenciadora na vida dessas pessoas e como você espera impactá-las positivamente?
Sem dúvidas, isso é o que mais me incentiva a continuar. Acho importante as pessoas entenderem a importância de ter uma rotina, de ter constância, de saber que nada vem fácil, que as conquistas precisam de disciplina e dedicação, especialmente as gerações mais novas que querem tudo de imediato e sem esforço.
Nos últimos anos, vimos um aumento significativo na conscientização sobre a importância da saúde mental. Como você aborda essa questão em seu conteúdo e como você acha que isso contribui para a saúde e o bem-estar de seus seguidores?
Já sofri muito com as cobranças e a pressão do meu trabalho, de ser sempre produtiva, de estar sempre em evidência. Hoje eu aprendi a lidar com isso e tento passar para eles a importância de respeitar nosso tempo e nossos sentimentos, de se priorizar, se cuidar, se dedicar a você mesmo.
Além de sua carreira como influenciadora, você mencionou o desejo de abrir seu próprio negócio no futuro. Você pode nos contar um pouco mais sobre esse plano e o que podemos esperar dele?
Ainda é só um sonho, mas quero muito ter uma marca minha, algo que eu consiga imprimir tudo que aprendi trabalhando com o público, sabendo o que eles gostam, o que eles procuram. Estou estudando bastante para isso.
Você já passou por alguma situação desconfortável ou teve algum "tratamento diferente" por ser mulher?
Quem nunca, né? Mulheres bem-sucedidas que conquistam uma certa independência com seu trabalho sempre vão ouvir suposições e comentários maldosos e machistas como se sempre tivesse um homem por trás, como se não fôssemos capazes de fazer tudo que fazemos ou ter uma vida dos sonhos com mérito do próprio trabalho.